Se a tevê brasileira ainda não incorporou a febre da recriação de clipes que se propaga no YouTube, a tevê espanhola, sim. Estreou este mês no canal Antena 3 o programa El Megaplayback, que propõe justamente um concurso de lip dub (vídeo em que uma pessoa ou grupo grava em vídeo a dublagem de uma música).

O pulo do gato é que não se trata de um concurso qualquer, e sim entre cidadezinhas da Espanha — 16 com população entre 5 mil e 50 mil habitantes. A campeã ao final de quatro semanas receberá 30 mil euros para criar ou transformar algo que beneficie o maior número possível de pessoas.

A Gestmusic, produtora ligada à Endemol, está por trás do formato. Cada cidade concorrente precisa reunir pelo menos 150 pessoas para registrar o clipe, com a obrigação de mostrar o que é representativo do lugar em plano-sequência — ou seja, apenas uma câmera grava a ação, sem cortes.

O resultado são vídeos super divertidos que passeiam por ruelas, praças e prédios.  A produção entra apenas com a equipe de gravação. Cabe aos concorrentes a escolha da música, das "cenas" e das locações. Bebês, crianças e até senhorinhas participam da brincadeira. São quatro cidades por edição, da qual uma sai vencedora, eleita por um júri. Quem no Brasil se habilita a comprar o formato?


A cidade de Monforte del Cid reuniu 545 habitantes para gravar o clipe de Mediterráneo, de Los Rebeldes.


Em Alcalá del Valle, 845 participaram do lip dub de Caminando por la vida, de Melendi.

domingo, julho 18, 2010

No news today


Vídeo de Ethan Bodnar sobre música de Ben Frost.

A terceira temporada do Tevê Aberta já começou, desta vez no Twitter. Depois de idas e vindas (ou seja, primeira e segunda temporadas), o ex-blog volta comentando em tempo real a programação da televisão aberta brasileira. Leia no gadget localizado no topo desta página (aí em cima) ou siga no twitter.com/teveaberta.

Resumo da cobertura da estreia de Som e Fúria no twitter do Tevê Aberta

Foi só a estreia, mas Som e Fúria já é forte candidato a melhor atração do ano. Direção, roteiro, trilha, edição e Andréa Beltrão de 1ª!

O texto é muito muito bom, só que importado. O original é do Canadá: Slings and Arrows, de Susan Coyne, Mark McKinney e Bob Martin.

A mistura do elenco é sensacional: de ator de pegadinha a Andréa Beltrão (ela merece ser citada três vezes em menos de 20 minutos).

Andréa Beltrão é o tipo de atriz que acerta em cada palavra. Não "se acha a Fernanda Montenegro", como disse o texto, mas tá quase lá.

Ops: Andréa Beltrão não acerta cada palavra, acerta cada letra! Im-pres-si-o-nan-te!

Felipe Camargo parece não ter entendido uma frase da cena do velório. Essa é a volta por cima?

Dan Stulbach arrumou um papel que é a cara dele: bobão (viu o showzinho no Altas Horas?).

What the hell Regina Casé tá fazendo com o mesmo figurino de leopardo do Central da Periferia?

Gênio: Silvio Santos troca de lugar com Patrícia no Roda a Roda e vira ajudante de palco.

Este texto é parte da experiência do Tevê Aberta no Twitter. Siga: http://twitter.com/teveaberta

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Boni engrossa coro dos descontentes com rumo da TV

Virou tendência? Depois do desabafo do Tevê Aberta, Daniel Filho lamentou o estado atual da tevê aberta brasileira e, mais recentemente, Boni fez o mesmo. Em entrevista para o colunista da Folha de S.Paulo Daniel Castro, o homem que por muito tempo foi chamado de o "todo-poderoso" da Globo avalia que as emissoras seguem modelo "esgotado". Abaixo, a íntegra.

Criador do chamado “padrão Globo de qualidade”, José Bonifácio de Oliveira, o Boni, diz que a TV aberta brasileira está perdendo audiência porque piorou nos últimos dez anos e segue um modelo de grade de programação que está “esgotado”. Admite, contudo, que é “difícil resolver” o problema.

“Aqui [no Brasil], os veículos se acomodaram, passaram a acreditar que é assim mesmo, que videogame e internet tiraram parte de suas audiências”, afirma. “Ninguém corre atrás de inovação, de qualidade, de pesquisa. Há apenas tentativas de se adivinhar o que o público quer. Falta ciência”, desabafa.

Para Boni, as pesquisas feitas pelas emissoras são convencionais e insuficientes. Precisam ser mais frequentes e melhor analisadas. “Pesquisa às vezes é para ser contrariada também”.
Boni diz que suas críticas são para todas as emissoras. “O problema é geral”, afirma.

O executivo, que deixou o comando da Globo em 1998, assiste hoje a uma televisão “engessada, enlatada”, que aposta nos mesmo formatos de sempre. “Além de “Big Brother Brasil”, nada de novo apareceu na televisão nos últimos anos”, alfineta. “A TV precisa de uma injeção de vida. Está faltando ar. Falta inconformismo”, afirma.

De acordo com Boni, as redes se acomodaram com suas posições no Ibope. “A Record já bateu a cabeça no teto. Chegou onde tinha que chegar e não procurou mais”, avalia.