O IV Congresso Brasileiro de Publicidade, que terminou ontem, retomou uma importante discussão: restrições à propaganda de remédio e bebida alcoólica. Os publicitários reunidos no evento, em São Paulo, obviamente se declararam contrários a medidas governamentais desse tipo, defendendo seus próprios interesses (ou melhor, seus empregos).

Além deles, empresários do setor de comunicação, como o vice-presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho [foto ao lado], o presidente do grupo Bandeirantes, Johnny Saad, e o presidente do Conselho de Administração do Grupo Abril, Roberto Civita, também se opuseram às restrições, igualmente defendendo seus próprios interesses (ou melhor, seus lucros).

Para Civita, "a publicidade é um dos pilares da imprensa livre e independente", "parte principal das economias livres e o que proporciona o alargamento das nações". Ele, João Roberto e Saad defenderam a auto-regulamentação da propaganda, por meio do Conar, partindo do pressuposto de que a publicidade é parte do direito à liberdade de expressão e da democracia, numa argumentação bastante questionável.

Do outro lado, pesquisadores e trabalhadores da saúde afirmam que as restrições são fundamentais para diminuir tanto as conseqüências da auto-medicação quanto do alcoolismo. E baseiam sua defesa no resultado da proibição da propaganda de tabaco (com a Lei nº 10.167, de 2000). Pesquisa da Unifesp, liderada por Elisaldo Carlini, mostra que, em 1997, 32,7% dos estudantes entrevistados nos 27 estados haviam experimentado tabaco; e, em 2005, o índice caiu para 21,7%.

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2 comentários:

Bruno Pedrozo disse...

Principalmente no caso dos remédios, na propaganda você apresenta um produto. Um consumidor que não se machucou não passará mertiolate nem um que não sofre de dores de cabeça passará a tomar todos os remédios dos comerciais. A publicidade só apresenta a quem está interessado, nada mais que utilidade pública.

E até cerveja, a sociedade cria a cultura de que deve beber, beber, beber. A propaganda realmente mostra pessoas felizes mas, em alguns casos, não é um siri balançando a bundinha que vai me fazer encher a cara e pegar meu carro. Errado.

Anônimo disse...

É evidente que a publicidade faz a cabeça das pessoas sim. É uma poderosa ferramenta de manipulação e indução. Só afirma o contrário os publicitários e os ignorantes. Os primeiros para garantir seus empregos e os demais pela peça que a vida pregou à eles deixando-os fora do ar.