Embromation


A versão da Record para o sucesso mundial American Idol estreou nesta terça-feira com um árduo desafio: dar um ar de novidade a um formato que apresenta sinais de esgotamento. O público brasileiro assistiu a duas edições de Ídolos no SBT e a seis do original americano — no caso dos assinantes do canal pago Sony. Ainda é possível incluir nesta conta os similares Astros (SBT), Fama (três temporadas na Globo), Country Star (duas na Band) e Popstars (duas no SBT). Na soma, 16 programas exibidos no Brasil se dedicaram a revelar um cantor ou uma banda seguindo basicamente o mesmo sistema.

A contratação da diretora-artística do primeiro Ídolos, Fernanda Telles, para comandar a nova versão já indicava que a Record prefere a comodidade de repetir fórmulas ao esforço de propor ajustes. Na estréia, a equipe recorreu por exemplo à manjada edição de candidatos cantando músicas estrangeiras na base da embromation [assista no vídeo acima]. Era muito engraçado há três anos, engraçado há dois anos, hoje não tem quase nenhuma graça.

A escalação do apresentador e do júri também não contribuiu para movimentar o programa, pelo menos nesse começo. Rodrigo Faro expôs problemas graves: falta de carisma e de espontaneidade — em suas aparições, apenas disse mecanicamente um texto claramente decorado. O jurado Luis Calainho pecou pelo exagero nas caretas e pela afetação, mas marcou presença [veja no vídeo do Créu, abaixo]. Por outro lado, o colega de júri Marco Camargo não mostrou personalidade. E Paula Lima... Ué, Paula Lima estava na bancada?

O roteiro beirou o amador, com clichês como "Ídolos parou o Brasil", "o programa de mais sucesso da TV brasileira" (mas nem tinha estreado...), "separar o joio do trigo", "os candidatos vêm fazer novas amizades" (então é isso, eles não vão para cantar...) e mais uma paródia do filme Tropa de Elite. Ainda tentou apresentar o formato como inédito no país e omitiu a informação de que o jurado Marco Camargo recebeu um Grammy por produzir o CD de um padre, Marcelo Rossi — mencionou o prêmio de 2002, sem citar o "artista", enquanto frisou que o de 2006 foi pelo CD de Roberto Carlos.

Na estréia de Ídolos, a equipe poderia ter investido no conceito das ótimas chamadas, que mostravam imitadores de artistas como Britney Spears primeiro dublando e depois cantando com a voz real. Uma sacada simples e capaz de lustrar um formato que vem perdendo o brilho.

Créu!


Amnésia


* Texto corrigido às 12h50, por sugestão do leitor Bruno Carvalho.

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7 comentários:

Anônimo disse...

Vi o programa ontem e achei o Astros melhor. Pelo menos é mais engraçado! Eita programinha sem-graça esse Ídolos.

Anônimo disse...

Olá, apenas uma correção. American Idol teve 7 temporadas até hoje, das quais 6 foram exibidas no Sony (eles nunca passaram a 1ª).

Anônimo disse...

Bruno,
valeu pela correção. Não à toa esse blog só fala da tevê aberta... :)

Anônimo disse...

gente o que era luiz calainho com mais lapis no olho do que a paula lima??? fala serio!!! pra mim o idolos jah deu o q tinha q dar. tah na hora de trazer novos reality shows.

Anônimo disse...

Ai gente que coisa mais chata!
Nada a ver Idolos sem o Miranda. Ele é o/a alma do programa...
Mas realmente o formato cansou, e a falta de criatividade da record é deprimente!

Anônimo disse...

Concordo com a maioria, eles deveriam ter mantido os jurados, eu achei "mais do mesmo" só é legal quando tem gente sem senso porque depois que fica só os bons daí perde a graça!
Sempre acho que vai ser mais um iludido com 15 minutos de fama!

Anônimo disse...

PÉSSIMA A VERSÃO DO ÍDOLOS PELA RECORD. OS JURADOS SÃO RIDÍCULOS. TEM UM QUE SE ACHA! A MULHER É SUPER PEDANTE E O OUTRO UM PANACA. FRANCAMENTE! A RECORD SÓ DÁ BOLA FORA, FALA SÉRIO!