Primeira parte do último episódio de Antônia
"Quando eu crescer, eu quero ser que nem elas, muito diferente". A frase, dita pela pequena Emília (Nathalie Cris) no encerramento do quinto e último episódio de Antônia (Globo), representa com exatidão a principal característica da série. A história de Preta (Negra Li), Barbarah (Leilah Moreno), Mayah (Quelynah) e Lena (Cindy Mendes) entra na lista das melhores atrações da tevê aberta brasileira em 2006 justamente por se diferenciar de quase todos os outros produtos exibidos na televisão neste ano.
Antônia, O2 Filmes, teve o mérito de levar para a telinha a realidade de uma parte da população quase sempre relegada a segundo plano. As cidades cenográficas, as luzes dos estúdios, os diálogos artificiais e o maniqueísmo (bem versus mal) foram substituídos pelas ruas (verdadeiras) da Brasilândia, as luzes de São Paulo, as conversas com clima espontâneo e as situações típicas do dia-a-dia dos moradores da periferia. E mais: na série, quatro jovens negras interpretaram os papéis principais, não os de coadjuvantes dos coadjuvantes, como é comum.
Assim como os quatro anteriores, o episódio de hoje foi marcado por um texto (de Jorge Furtado e Claudia Tajes) singelo, que aproximou a ficção da vida real — fato inusitado no meio. "Quase todo mundo no hospital tem a cara triste. Eles vieram aqui porque estão doentes. Só as grávidas é que são felizes. Mas até dá um pouco de vergonha ficar feliz no meio de tanta gente triste", observou Emília no início do capítulo. Mais tarde, resumiu a situação das mães solteiras, maioria nos bairros pobres: "Eu conheço um monte de mães e um monte de filhas e filhos. Mas pai eu conheço bem pouco".
Estas e outras frases ganharam força graças a interpretações intuitivas, não-esteriotipadas. Não por acaso a emissora tenta contratar as cantoras que, mesmo sem experiência como atrizes, contribuíram para o sucesso de Antônia (além de Nathalie Cris, uma das principais revelações do ano). O êxito da série, aliás, põe em xeque o futuro da teledramaturgia, destacando a importância da exibição de produções independentes, que fogem da estética e da linguagem tradicionais. Que venham a segunda e mais temporadas, igualmente diferentes.
Segunda parte do último episódio de Antônia
Terceira parte do último episódio de Antônia
"Quando eu crescer, eu quero ser que nem elas, muito diferente". A frase, dita pela pequena Emília (Nathalie Cris) no encerramento do quinto e último episódio de Antônia (Globo), representa com exatidão a principal característica da série. A história de Preta (Negra Li), Barbarah (Leilah Moreno), Mayah (Quelynah) e Lena (Cindy Mendes) entra na lista das melhores atrações da tevê aberta brasileira em 2006 justamente por se diferenciar de quase todos os outros produtos exibidos na televisão neste ano.
Antônia, O2 Filmes, teve o mérito de levar para a telinha a realidade de uma parte da população quase sempre relegada a segundo plano. As cidades cenográficas, as luzes dos estúdios, os diálogos artificiais e o maniqueísmo (bem versus mal) foram substituídos pelas ruas (verdadeiras) da Brasilândia, as luzes de São Paulo, as conversas com clima espontâneo e as situações típicas do dia-a-dia dos moradores da periferia. E mais: na série, quatro jovens negras interpretaram os papéis principais, não os de coadjuvantes dos coadjuvantes, como é comum.
Assim como os quatro anteriores, o episódio de hoje foi marcado por um texto (de Jorge Furtado e Claudia Tajes) singelo, que aproximou a ficção da vida real — fato inusitado no meio. "Quase todo mundo no hospital tem a cara triste. Eles vieram aqui porque estão doentes. Só as grávidas é que são felizes. Mas até dá um pouco de vergonha ficar feliz no meio de tanta gente triste", observou Emília no início do capítulo. Mais tarde, resumiu a situação das mães solteiras, maioria nos bairros pobres: "Eu conheço um monte de mães e um monte de filhas e filhos. Mas pai eu conheço bem pouco".
Estas e outras frases ganharam força graças a interpretações intuitivas, não-esteriotipadas. Não por acaso a emissora tenta contratar as cantoras que, mesmo sem experiência como atrizes, contribuíram para o sucesso de Antônia (além de Nathalie Cris, uma das principais revelações do ano). O êxito da série, aliás, põe em xeque o futuro da teledramaturgia, destacando a importância da exibição de produções independentes, que fogem da estética e da linguagem tradicionais. Que venham a segunda e mais temporadas, igualmente diferentes.
Segunda parte do último episódio de Antônia
Terceira parte do último episódio de Antônia
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