Mais um round na briga Record x Globo: o jornalista Paulo Henrique Amorim, que apresenta o Domingo Espetacular na emissora paulista, denunciou ontem em seu site Conversa Afiada [leia trecho abaixo] uma suposta interferência do Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para que a Globo tivesse exclusividade na divulgação de informações sobre a Operação Kolibra, da Polícia Federal.
No texto, Amorim conta que um produtor da Record conseguiu, junto à PF, prioridade para a exibição de vídeos e imagens da ação que desmontou "a maior rede de tráfico de cocaína instalada no Brasil". Mas, segundo o jornalista, a repórter global Mariana Kotscho — que está grávida — foi ao prédio da PF em São Paulo reclamar da decisão e "fingiu" ter sido maltratada. Amorim afirma que Mariana ligou para o ministro pedindo que interferisse no caso.
Em seguida, a Record teria recebido um telefonema avisando que a rede perdeu a exclusividade na divulgação de imagens, por ordem de Márcio Thomaz Bastos. A Globo informou ao colunista Daniel Castro, da Folha de S. Paulo, que Mariana foi atendida aos gritos pelo delegado Humberto Prisco Neto, responsável pela assessoria de imprensa da PF. De acordo com a emissora, a repórter chegou a desmaiar. Por isso, a direção da Central Globo de Jornalismo protestou junto ao ministro, sem pedir quebra de exclusividade.
Já Márcio Thomaz Bastos afirmou, por meio de assessores, que o canal lhe procurou para reclamar que a PF negou informações para uma de suas jornalistas. O delegado Prisco Neto desmentiu ter agredido Mariana. No fim das contas, a Globo não exibiu nenhuma cena dada com exclusividade pela PF à Record, o que mostra que a confusão — que ganhou ares de barraco — não passou de uma briga movida por vaidade (dos dois lados, que fique claro).
:: Leia o texto de Paulo Henrique Amorim sobre o caso
"Assim que a Polícia Federal revelou, semana passada, que tinha realizado a Operação Kolibra e desmontou a maior rede de tráfico de cocaína instalada no Brasil, o produtor Leandro Sant’ana, do Domingo Espetacular, da Rede Record, em que trabalho, ligou para a Polícia Federal, em São Paulo. E pediu prioridade para a divulgação de informações mais completas sobre a Kolibra, já que o programa, como vai ao ar no domingo, corria o risco de ser “esvaziado” pelo noticiário da semana. Leandro pediu prioridade também para a divulgação de vídeos e imagens que a PF não tivesse divulgado durante a semana. Esse é um procedimento corriqueiro. E a Rede Globo se valeu dele, muitas vezes no passado, com freqüência maior do que a Record.
A PF de São Paulo considerou que o pleito de Leandro era razoável e se comprometeu a dar precedência à Record. Ele foi o primeiro a pedir. A PF reconheceu, também, que a Globo se tinha beneficiado mais que a Record na divulgação de informações exclusivas, e esta era uma boa oportunidade de restabelecer o equilíbrio. Depois, a Globo enviou um e-mail à PF em que solicitava a precedência. E a PF informou que isso não seria mais possível, no caso da Kolibra.
Na quinta-feira da semana passada, eu fui à PF de São Paulo entrevistar os delegados Fernando Bonhsack, presidente do inquérito da Kolibra, e Luiz Roberto Godoy, que trabalhou em toda a investigação. Nós três nos surpreendemos quando um funcionário da PF entrou na sala e nos informou que uma produtora do Fantástico, de nome Mariana, tinha ido à PF para exigir a quebra da precedência da Record. Ao saber que isso não seria possível, Mariana, de acordo com o depoimento de um delegado da PF presente à cena, pretextou que tinha sido mal-tratada. Mariana está grávida. E avisou que faria um BO na primeira delegacia que encontrasse. E mais: Mariana avisou que ia ligar ao Ministro da Justiça para reverter a decisão que beneficiava a Record.
Terminei de entrevistar os delegados Bonhsack e Godoy e fui para a redação do Domingo Espetacular. Entro na sala do diretor do programa e testemunho uma ligação da responsável pela redação da Record, em Brasília. A Policia Federal em Brasília avisara à Record que o Ministro Márcio Thomaz Bastos tinha dado ordem ao Diretor Geral da Policia Federal, Paulo Lacerda, para quebrar a exclusividade da Record e dar a matéria para o Fantástico também. A ordem passava por cima da decisão da PF de São Paulo, mas seria cumprida imediatamente.
Decidi ligar para o Ministro Bastos. Disse-lhe que, se se confirmasse que ele interveio para beneficiar a Globo, dali a três minutos eu colocaria no ar, no site Conversa Afiada, do IG, a informação: Ministro da Justiça manda PF beneficiar a Globo. O Ministro Bastos disse que seu objetivo, ao ligar para o Dr. Paulo, tinha sido, apenas, informar-se sobre como a “filha do Kotscho” tinha sido tratada numa dependência da PF. Ricardo Kotscho, que foi assessor de imprensa do Presidente Lula, tem uma filha de nome Mariana, que trabalha na Globo. Mas que ele, Bastos, voltaria a ligar para o Dr. Paulo.
Neste domingo, a reportagem do Fantástico sobre o assunto não continha nenhuma imagem ou informação que a Policia Federal tivesse dado, com exclusividade, à Record. A ordem de dar para o Fantástico também, portanto, foi revertida. É bom lembrar: pedir exclusividade é praxe. Inúmeras vezes, a Globo obteve exclusividade para divulgar operações da PF. Há um episódio exemplar, na prisão do filho de Paulo Maluf. A Polícia Federal permitiu que um repórter da Globo, vestido de agente da PF, participasse diretamente da operação e pudesse filmar tudo, sozinho.
O produtor da Record, Leandro Sant’ana fez o que sempre fez e muitas vezes não consegue. Na próxima, a Mariana consegue e o Leandro perde. Essa é a competição entre duas redes que disputam audiência e informação."
A PF de São Paulo considerou que o pleito de Leandro era razoável e se comprometeu a dar precedência à Record. Ele foi o primeiro a pedir. A PF reconheceu, também, que a Globo se tinha beneficiado mais que a Record na divulgação de informações exclusivas, e esta era uma boa oportunidade de restabelecer o equilíbrio. Depois, a Globo enviou um e-mail à PF em que solicitava a precedência. E a PF informou que isso não seria mais possível, no caso da Kolibra.
Na quinta-feira da semana passada, eu fui à PF de São Paulo entrevistar os delegados Fernando Bonhsack, presidente do inquérito da Kolibra, e Luiz Roberto Godoy, que trabalhou em toda a investigação. Nós três nos surpreendemos quando um funcionário da PF entrou na sala e nos informou que uma produtora do Fantástico, de nome Mariana, tinha ido à PF para exigir a quebra da precedência da Record. Ao saber que isso não seria possível, Mariana, de acordo com o depoimento de um delegado da PF presente à cena, pretextou que tinha sido mal-tratada. Mariana está grávida. E avisou que faria um BO na primeira delegacia que encontrasse. E mais: Mariana avisou que ia ligar ao Ministro da Justiça para reverter a decisão que beneficiava a Record.
Terminei de entrevistar os delegados Bonhsack e Godoy e fui para a redação do Domingo Espetacular. Entro na sala do diretor do programa e testemunho uma ligação da responsável pela redação da Record, em Brasília. A Policia Federal em Brasília avisara à Record que o Ministro Márcio Thomaz Bastos tinha dado ordem ao Diretor Geral da Policia Federal, Paulo Lacerda, para quebrar a exclusividade da Record e dar a matéria para o Fantástico também. A ordem passava por cima da decisão da PF de São Paulo, mas seria cumprida imediatamente.
Decidi ligar para o Ministro Bastos. Disse-lhe que, se se confirmasse que ele interveio para beneficiar a Globo, dali a três minutos eu colocaria no ar, no site Conversa Afiada, do IG, a informação: Ministro da Justiça manda PF beneficiar a Globo. O Ministro Bastos disse que seu objetivo, ao ligar para o Dr. Paulo, tinha sido, apenas, informar-se sobre como a “filha do Kotscho” tinha sido tratada numa dependência da PF. Ricardo Kotscho, que foi assessor de imprensa do Presidente Lula, tem uma filha de nome Mariana, que trabalha na Globo. Mas que ele, Bastos, voltaria a ligar para o Dr. Paulo.
Neste domingo, a reportagem do Fantástico sobre o assunto não continha nenhuma imagem ou informação que a Policia Federal tivesse dado, com exclusividade, à Record. A ordem de dar para o Fantástico também, portanto, foi revertida. É bom lembrar: pedir exclusividade é praxe. Inúmeras vezes, a Globo obteve exclusividade para divulgar operações da PF. Há um episódio exemplar, na prisão do filho de Paulo Maluf. A Polícia Federal permitiu que um repórter da Globo, vestido de agente da PF, participasse diretamente da operação e pudesse filmar tudo, sozinho.
O produtor da Record, Leandro Sant’ana fez o que sempre fez e muitas vezes não consegue. Na próxima, a Mariana consegue e o Leandro perde. Essa é a competição entre duas redes que disputam audiência e informação."
1 comentários:
tudo farinha do mesmo saco,afinal sempre acabam fazendo acordos quando a conversa e corupção e trafico de influência ,e claro que sabemos que tanto uma como a outra estão fazendo acordos,porque cada uma tem rabo preso com a outra,afinal são como a policia federal do PT e a república do ABC paulista a mesma que assasinou celso daniel,por um lado foi menos ruim porque dias atrás a globo manipulava sozinha e agora te que engolir os pastores do mal da record,e o pais cada dia que se passa desencadeiam no alto indiçe de bandidagem legitimada e apoiada por marcio tomaz bastos, mais agora passou o comando para o outro gangster tarso genro,que agora e quem estar encarregado de manipular a maquina de corrupção do PT.
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