No último capítulo de Sinhá Moça, escravos tocam fogo na senzala, na tentativa de matar o Barão

A reedição da novela Sinhá Moça (Globo) chegou ao fim na tarde desta sexta-feira, depois de ter conquistado uma verdadeira legião de fãs com sua mistura de romance e aventura. O sucesso da trama das seis, exibida durante exatos sete meses, não foi atingido por acaso: a produção entra na história da tevê brasileira como um exemplo de bom uso da linguagem cinematográfica na televisão.

O diretor-geral Rogério Gomes conseguiu a façanha de imprimir qualidade em grande parte das cenas de Sinhá Moça, o que normalmente não acontece em programas de tevê devido ao processo industrial de gravação. Como no cinema, seqüências da trama adaptada por Edmara e Edilene Barbosa tinham marcação precisa, possibilitando belos efeitos de câmera (sob a coordenação de Guto Leccioli) — levantamentos de grua e megacloses, por exemplo. Cuidados rotineiros nos filmes, mas incomuns nas novelas.

Os cenários (Mario Monteiro, Alexandre Gomes, Mauricio Rohlfs e Kaká Monteiro), os figurinos (Helena Gastal e Natalia Stepanenko), a direção de arte (Mario Monteiro), a fotografia (Sergio Tortori) e, sobretudo, a iluminação (Luciano de Souza Xavier) conferiram a Sinhá Moça uma estética superior a de outras tramas de época da própria emissora. Soma-se a isso o uso do filtro "base light", que deu aspecto de película às imagens.

O elenco coeso também foi um destaques da novela. Débora Falabella se superou como a personagem-título da história, papel que seria de Carolina Dieckman. Assim como ela, Patrícia Pillar (Cândida), Osmar Prado (Barão de Araruna), Zezé Motta (Bá) e Gésio Amadeo (Justo) tiveram atuações irretocáveis.

Por todos esses recursos técnicos e artísticos, Sinhá Moça conseguiu uma indicação ao Emmy Internacional, concorrendo como melhor série dramática, já que a premiação sequer tem uma categoria dedicada a novelas. Como bem apontou a leitora do Tevê Aberta Márcia Gimenez, a novela das seis que teve seu último capítulo exibido hoje deveria, sim, disputar um Oscar. Não devido à importância dos troféus, mas por ter provado que é possível fazer cinema na tevê.


O Barão de Araruna reconhece Rafael como seu filho e morre


Cândida se rende ao assédio de Ricardo


Última cena do remake de Sinhá Moça

7 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns,vc falou tudo,a novela foi maravilhosa...em todos os sentidos,assisti a novela com a qualidade da imagem da SKY...foi melhor ainda,sucesso mais que merecido,um marco na TV barasileira!!!

veleu!!!

Anônimo disse...

A novela realmente foi otimaa, mas eu perdi o ultimo capitulo pq estava trabalhandoo :(
mas graças ao teve aberta poderei ver o q aconteceu hj na novela !!
valewww pessoall !!

Anônimo disse...

PERFEITA A ANÁLISE DO TEVE ABERTA! A novela, sem dúvida alguma, foi impecável nos pontos que vocês comentaram. Claro que, com tantos personagens, é normal não se ter a mesma qualidade de interpretação dos atores, e o teve aberta destacou os que se superaram e foram melhores. Mas a mediocridade profissional de alguns e a mesmisse de outros, nem sequer maculou o desempenho geral da novela, e isso de deveu não só pelo trabalho do diretor, que soube mesclar as cenas de forma a manter sempre um bom ator conduzindo a trama, mas também por todo o conjunto já dito por vocês do blog como o figurino, arte,cenários, fotografia e iluminação(para mim dois pontos importantíssimos para esta estética).Parabéns para a Tv brasileira pelo nível desta teledramaturgia produzida e para vocês do teve aberta por mais esta matéria que, em sua análise, não se limitou a enxergar apenas os resultados do trabalho dos atores e autor, como a maioria dos veículos fazem, mas sim reconhecer o trabalho técnico dos profissionais de televisão deste país (nomeando inclusive) que são um dos mais aplicados e competentes do mundo e reconhecidos lá fora.Valeu mesmo!E obrigado, em nome de todos que trabalham ou trabalharam na TV brasileira e que muitas vezes são esquecidos.

Anônimo disse...

Osmar Prado é, de fato, um verdadeiro "monstro sagrado". Bravo, brilhante! Destaco, também, Bruno Gagliasso e Danton Mello.

Anônimo disse...

Aguarde mais vídeos do final do remake de Sinhá Moça.

Continuo aguardando...

Tevê Aberta disse...

Gil,
agradecemos por ter voltado a comentar as notas do Tevê Aberta. Fizemos questão de destacar o trabalho dos técnicos, que nunca aparecem (e nem são devidamente citados), mas que fazem da teledramaturgia brasileira a melhor (ou uma das melhores) do mundo.

Anônimo que aguarda os vídeos,
já deveríamos ter tirado a mensagem no pé da nota, mas já que não o fizemos, vamos postar mais um vídeo do final de Sinhá Moça em sua homenagem, ok?

Tevê Aberta disse...

Anônimo que aguarda os vídeos,
a última cena de Sinhá Moça acaba de ficar online. Divirta-se!